sábado, 30 de junho de 2012

Visita Régia de D.Carlos e Dona Amélia à ilha de S.Miguel em 1901.

Desembarque de D.carlos e Dona Amélia, no Cais da Alfândega em Ponta Delgada.
 D.Carlos e Dona Amélia na visita de Estado(aqui no lado Norte da Igreja Matriz de Ponta Delgada)
 Em frente à Igreja Matriz de Ponta Delgada.
Cais da Alfândega: foto de D.Carlos e Dona Amélia.

sexta-feira, 29 de junho de 2012

Cavalhadas de S.Pedro.

 As Cavalhadas são uma das mais curiosas festas açorianas, ocorrendo no dia de S. Pedro. A festa inclui um desfile a cavalo, que parece ter sido inspirado nos torneios medievais. Os cavaleiros, lanceiros, despenseiros e corneteiros vestidos de branco com capas e faixas vermelhas, montados em luzidios cavalos, concentram-se junto ao Solar de Mafoma, casa do século XVIII, e iniciam uma cavalgada ao som de cornetas, atrás do "rei" ou maioral, uma personagem de longas barbas. Um colorido espectáculo que se dirige para o centro da cidade da Ribeira Grande e tem o seu ponto culminante na Igreja de São Pedro, quando o "rei" saúda o santo em verso e faz com que o seu cavalo coloque as patas dianteiras no portal do templo.

quinta-feira, 28 de junho de 2012

Lenda da descoberta da ilha de Santa Maria.

A lenda passa-se à época do Infante D. Henrique, fundador da mítica Escola Náutica de Sagres. De acordo com ela, Gonçalo Velho Cabral, marinheiro do Infante, frade devoto da "Nossa Senhora", por ordem daquele fez-se ao mar numa caravela, fazendo uma promessa à Virgem de dar o nome dela à primeira terra que encontrasse no "mar Oceano".
As viagens marítimas dos descobrimentos eram geralmente difíceis, demoradas e imprevisíveis. Os marinheiros dependiam do vigia, no alto cesto da gávea quase na ponta de um mastro, para olhar o horizonte, desde o raiar da madrugada até ao anoitecer e tentar descobrir terra.
Gonçalo Velho esquadrinhava os mapas, anotava as correntes e rezava. Passaram-se calmarias e tempestades, noites e dias, meses... Foi então que num dia de Verão, no dia de Nossa Senhora em Agosto, amanheceu um dia claro, suave, de céu limpo. A vista alcançava grandes distâncias.
Na linha do horizonte foi surgindo uma nuvem, que foi se agigantando, ganhando forma e nitidez. A dada altura o gajeiro já não tinha mais dúvidas e gritou: "Terra à vista!". Gonçalo Velho Cabral e a restante marinhagem começavam o dia, como era hábito nessas alturas, com orações a Deus e a Nossa Senhora para que os ajudasse a encontrar terras novas. Estavam a rezar a "Ave Maria", e nesse preciso momento pronunciavam "Santa Maria".
Gonçalo Velho considerou que se tratava de um milagre de Nossa Senhora a lembrar-lhe a promessa que tinha feito. Esta era a primeira ilha descoberta nos Açores, a "ilha mãe", que recebeu de imediato o nome de ilha de Santa Maria.
Segundo a lenda, esta fé de Gonçalo Velho perpetuou-se no local, onde ainda se mantém grande devoção em Nossa Senhora, festejada efusivamente no mês de Agosto de cada ano.

quarta-feira, 27 de junho de 2012

Lapas Grellhadas.



Muitas vezes ignoradas em Portugal continental - onde abundam pelas costas, no entanto - as lapas são um dos petiscos mais apreciados nos Açores - e também na Madeira. Na ilha Terceira, existem muitas receitas para preparar-las e até há quem só goste delas cruas e vivas, ao natural. Mas a forma mais popular de as cozinhar consiste em grelhar-las segundo esta receita, comum a todo o arquipélago. Costumo usar o grelhador do forno para tal, mas quem preferir, pode recorrer à churrasqueira ou até ao bico do fogão, utilizando uma chapa com ranhuras para o efeito.

terça-feira, 26 de junho de 2012

Porto da Horta - ilha do Faial.

 Aspecto geral do porto em finais do Séc. XIX.
 Séc.XX - anos 50/60 - Navio "Santo Amaro"
 Séc.XX - anos 40 - Hidroaviões "Clippers".
 Séc. XX - anos 50 - Paquete "Carvalho Araújo".
Séc. XIX - Navio baleeiro americano encalhado no extremo norte da baía.

segunda-feira, 25 de junho de 2012

Cumplicidades Corvinas.

Em dias de lua cheia, não são precisos os faróis para vermos a estrada.Não há névoa, nem nuvens sequer.A transparência é total.Defronte, as luzes das Flores tornam o estreito mais próximo, mais íntimo e mais cúmplice.
O coro dos garajaus torna-se aragem quente e música de intimidades.O universo parece concentrar-se na ilha, enchendo-a de ecos, de vibrações, que entram nos corpos, nas almas.
O Corvo tudo vigia, ouve, adivinha, partilha, silencia e oculta.É sábio,É cúmplice.É esquivo.É ofegante.Viver nele exige ambiguidade e lentidão.
O colectivo não lhe anula o individual, o estabelecido não anula a diferença.Há lugar para todos.
A ilha é uma câmara de murmúrios, uma sinfonia de andamentos pausados e pousados.Fala-se, ama-se, desanima-se, sofre-se, mas também se ri e se sonha.
Vacas bordejam o caminho que sobem a montanha dando à paisagem vislumbres únicos.
O mar isola, é certo, mas nem por isso deixa de ser uma estrada.Não compartilha-mos da distorção conceptual que transforma o corvino num ilhéu isolado sobre si próprio.No entanto, o isolamento não é necessariamente mau.A insularidade tem o duplo significado de isolamento e de vida de relação.
No Corvo vive-se e sente-se tudo isto numa maneira única.Só quem cá vive ou viveu percebe.
É o Corvo e as suas cumplicidades!!!

sábado, 23 de junho de 2012

Ilha Terceira - Sanjoaninas.




As Sanjoaninas iniciaram-se logo após o povoamento, as Sanjoaninas são consideradas as maiores festas profanas do arquipélago.
Em 1934 surge pela primeira vez um cortejo de abertura com séquito real, como é hoje conhecido.
Desde então os cortejos têm evoluído de ano para ano, contando com temas cada vez mais arrojados.
Um dos pontos altos da festa é a noite de São João caracterizada pelas suas marchas.
Afficion tauromáquica está no sangue dos terceirenses, e como tal as suas maiores festas não podiam deixar de ser marcadas pela sua feira taurina.
Por esta altura a praça de toiros da ilha terceira recebe nomes de relevo a nível nacional e internacional da tauromarquia.

quinta-feira, 21 de junho de 2012

Aspectos da Sociedade Micalense no Sec.XX

 1935 - Rapaz na lavoura.
 1950 - Ponta Delgada - Rancho de Romeiros do Livramento  na  Igreja de S.José.
 Década de 50 -Vendilhão de peneirase trempes, na rua dos Fundadores da Vila - Ribeira Grande.
1940 - festa do Espírito Santo - Foliões e a Bandeira do Divino em Ponta Delgada.

quarta-feira, 20 de junho de 2012

Polvo Assado.

INGREDIENTES.
2 kilos de polvo
2 cebolas (picadas)
3 dentes de alho (picados)
2 dl de azeite
1 copo grande de vinho tinto
1 pimenta malagueta
1 colher de colorau doce
2 colher de polpa de tomate
1 colher de calda de pimenta vermelha
1,5 de batata
Margarina

PREPARAÇÃO.
Separe os tentáculos do polvo. Num tacho leve ao lume a cebola, alhos e o polvo e deixe destilar por 10 minutos em lume brando. Adicione o azeite.

Numa tijela misture o vinho, polpa de tomate, colorau, pimenta vermelha, pimenta malagueta.
Adicione a mistura do vinho. E deixe cozer, mas não muito.

Descasce as batatas e adicione ao polvo, deixe levantar fervura e retire do lume. Verta num tabuleiro e cubra com pedacinhos de manteiga e leve ao forno até a batata estar cozida

segunda-feira, 18 de junho de 2012

Furna do Enxofre.




Furna do Enxofre é uma formação geológica de origem vulcânica  portuguesa localizada na freguesia da Luz, no concelho de Santa Cruz da Graciosa, ilha Graciosa.
Apresenta-se no interior da Caldeira da Graciosa rodeada por vertentes muito abruptas e escarpadas tendo uma direcção alongada numa direcção que geralmente se oriente no sentido SE. Esta furna tem origem em dois centros eruptivos da Caldeira da ilha Graciosa.
Trata-se de uma grande e imponente caverna lávica, bastante profunda. Tem um comprimento máximo de 194 metros com cerca de 40 metros de altura de tecto na parte central, e que se caracteriza por ter um tecto em forma de abóbada perfeita.
A parte mais importante desta furna localiza-se na parte SE da Caldeira da Graciosa, e comunica com o exterior através de duas aberturas dispostas ao longo de uma direcção geral noroeste-sudeste.
O acesso ao interior desta gruta faz-se por uma torre com cerca de cantaria e alvenaria com 37 metros de altura que contem uma escada em caracol que se prolonga por 183 degraus. Este aceso foi construído no início do Século XX.
A exploração desta gruta teve inicio no Século XIX por vários investigadores entre os quais o Príncipe Alberto do Mónaco e os naturalistas Ferdinand André Fouqué e Georg Hartung.
Esta gruta é considerada única no campo vulcano-espeleológico internacional e a sua génese está associada a uma importante fase efusiva intracaldeira, do tipo havaiano, que envolveu a formação de um lago de lava.
Na fase final desta erupção havaiana, a lava existente no interior da caldeira, ainda fluida, foi drenada ao longo da conduta principal do vulcão, precisamente pela zona onde se encontra actualmente esta cavidade.
No interior da Furna do Enxofre e para além de um lago de água fria, encontra-se um importante campo de libertação de gazes formado por fumarolas, lamas e por emanações gasosas difusas de dióxido de carbono.
Estes gazes libertam-se muitas vezes de forma imperceptível em diversas áreas do chão da gruta. Muitas vezes em certas condições ambientais a concentração de dióxido de carbono no ar atmosférico circundante pode atingir valores superiores aos admissíveis em termos de saúde pública, facto pelo qual o local é monitorizado em contínuo.
Esta gruta é pelo Decreto Legislativo Regional n.o 24/2004/A (Governo Regional dos Açores) considerada uma estrutura geológica de elevado interesse, onde as necessidades de protecção, preservação e de partilha dos valores biológicos, estéticos, científicos e culturais mais se fazem sentir; tornando necessária a sua protecção.

domingo, 17 de junho de 2012

O ilhéu da Vila.




O Ilhéu de Vila Franca localiza-se na freguesia de São Miguel, concelho de Vila Franca do Campo, na costa sul da ilha de São Miguel, nos Açores.
Constitui-se numa pequena ilhota vulcânica, distante cerca de 500 metros da costa de Vila Franca, e 1200 metros do cais do Tagarete, no centro da vila. Deste porto existem ligações regulares com o ilhéu durante a época balnear.
   O ilhéu é um cone vulcânico de origem hidromagmática, muito desmantelado pela erosão marinha, pelos movimentos tectónicos e por assentamentos diferenciais. Na sua constituição predominam os tufos palagoníticos muito litificados, em formações caracterizadas por forte fracturação vertical, de que resultam grandes estruturas colunares e algumas cavidades subaquáticas. Apresenta forma semi circular, com uma área total de 95 hectares, dos quais estão emersos 61,6 hectares, com uma abertura por onde o mar penetra livremente na cratera. A cratera, com uma profundidade máxima de 20 metros, forma um círculo quase perfeito com 150 metros de diâmetro. A abertura, designada por Boquete, está voltada a Norte, isto é na direcção da costa da ilha, o que impede a entrada da agitação marítima para o interior.
   Em 1983, o ilhéu de Vila Franca foi classificado como Reserva Natural pelo Decreto Legislativo Regional n.º 3/83/A, de 3 de Março da Assembleia Legislativa dos Açores. Essa classificação foi alterada, com um considerável alargamento da área marítima protegida e com a introdução de restrições ao uso de parte da área terrestre, pelo Decreto Legislativo Regional n.º 22/2004/A, de 3 de Junho.

sábado, 16 de junho de 2012

Ilha das Flores - Fotos antigas.

                                          Cascatas (Sec,.XX)

                                          Naufrágio do navio Slavonia em 1909.

  
                                            Vila de Santa Cruz - anos 50 do Séc.XX.
                                                    Pendurando os cambulhões de milho  - Séc.XX.
                                           Caldeira da Lomba - Séc.XX

sexta-feira, 15 de junho de 2012

Lendas dos Açores.

HISTÓRIA DO BALEEIRO DA ILHA DO PICO

Aquele dia, em São João, amanhecia claro e à medida que o sol subia para os lados das Lajes, o verde das vinhas e do milho destacava-se por entre o negrume das pedras. Os homens já se dirigiam para as terras para sachar milho, apanhar batatas ou bater tremoço. As mulheres preparavam na cozinha o almoço de sopas de bolo, papas de milho ou batatas com peixe.
De repente o sinal de baleia fez tudo mover-se a um ritmo mais acelerado.
Os homens largaram o sacho ou o alvião no lugar em que estavam, abandunaram a burra presa pela corda do freio à parede e correram para o porto, enquanto as mulheres lhes preparavam e alcançavam a saca com a comida.
Arriaram os botes e foram pelo mar fora, até que desapareceram no horizonte. Depois de navegarem à vela algum tempo, avistaram a baleia. Era um "espamarcete" pra cima de cem barris de óleo.
Gerou-se grande reboliço nos botes. É que uma baleia daquelas dava uma ânsia muito grande: não era só o dinheiro que ela representava, mas também o prazer de uma grande batalha vencida. Tiraram a vela e puseram-se a padejar. A baleia voltou a mergulhar para aparecer mais fora.
No bote que conseguiu pôr-se em posição primeiro, o trancador, curvando o corpo e fixando o olhar, atirou o arpão certeiro. A alegria e a confusão foi geral. Mas a baleia, ferida e doida de dor, levou a primeira celha de linha, lecou a segunda e, antes da ponta da linha sair da celha, o trancador, que era um latagão forte, agarrou-a a amarrou-a ao tronco. Lá
foi amarrado à linha pelo mar fora enquanto os demais baleeiros ficaram sepultados num silêncio de morte. Só o oficial dizia: "Não! Não!"

Não havia ainda gasolinas, havia mais 3 ou 4 botes por perto, passou-se palavra e toda a tarde procuraram com tristeza o "cadáver". Até os outros deixarem de balear. Não podendo fazer nada, voltaram ao entardecer paraterra.
A chegada ao cais não teve a alegria do costume e as discussões sempre tão fortes entre os baleeiros não se ouviram. A família vestiu-se de luto e toda a santa noite as vizinhas choraram e carpiram de dor enquanto os homens contavam em voz baixa e dolente casos que tinham vivido com aquele forte homem.
No outro dia saíram alguns botes à procura, por descargo de consciência, do corpo do trancador para que lhe dessem enterro digno. Depois de muito andarem, começaram a avistar, ao longe, um negrume no mar e foram para lá.

Sobre a grande baleia, já morta, estava o baleeiro, de pé, encostado ao cabo do arpão fincado no toucinho do animal.Como se nada tivesse acontecido disse: "Agora é que vocês chegam? Tenho tado aqui toda a noite à espera!" e fumava um grosso cigarro, embrulhado em casca de milho, como se estivesse sentado à mesa

quinta-feira, 14 de junho de 2012

Sé Catedral de Angra do Heroísmo.

A Igreja do Santíssimo Salvador da Sé, também referida apenas como Sé Catedral, localiza-se na freguesia da Sé, no centro histórico da cidade e concelho de Angra do Heroísmo, na ilha Terceira, nos Açores.
É a sede do Bispado de Angra, que engloba o arquipélago dos Açores.
   História:
  
Remonta a uma primitiva igreja paroquial, iniciada por Álvaro Martins Homem em 1461. Sob a invocação de São Salvador, deve ter sido concluída em 1496, data da nomeação do seu primeiro vigário. Sobre esta primitiva igreja pouco ou nada se sabe.
Com o aumento da população e a criação do Bispado de Angra (1534), a Câmara Municipal formulou um pedido para que se construísse um novo edifício para a Sé, no mesmo local, Assim em 1536, a mando do Bispo, e de comum acordo com a Câmara de Angra, fizeram lembrar ao João III de Portugal a necessidade de cumprir o seu compromisso de instalar a sede da diocese.
Apesar disso o soberano não deu seguimento a este pedido, tratando antes dos aspectos organizativos. Este fato levou a Câmara de Angra, em 1557, a mandar nova mensagem ao rei a solicitar construção do novo templo, aproveitando para informá-lo, contudo, que os moradores de Angra não estavam em condições financeiras de contribuir para esse fim.
Finalmente, a 10 de Janeiro de 1568, já no reinado do Cardeal D. Henrique é que a Coroa tomou a decisão de mandar construir a nova Sé às suas expensas. A opção foi no sentido de se construir um novo templo no mesmo sítio do já existente, mas alargando muitíssimo o espaço, que acabou por ocupar todo um quarteirão no centro da cidade, delimitado pelas rua da Sé, Carreira dos Cavalos, da Rosa e do Salinas. Para esse fim foram destinados 3 mil cruzados anuais dos direitos régios sobre o pastel na ilha de São Miguel, enquanto durassem as obras.
Do reino veio a Angra o arquitecto Luís Gonçalves, que elaborou o projeto de um vasto templo maneirista ou de arquitectura chã portuguesa, que seria depois sucessivamente adaptado por outros profissionais, nomeadamente João de Carvalho.
A pedra fundamental foi lançada em 18 de Novembro de 1570, em cerimónia solene, tendo os seus trabalhos se estendido por meio século, com, pelo menos um período de interrupção nos finais do século XVI, durante a Crise de sucessão de 1580.
O edifício começou a construir-se pela fachada principal, para que a antiga Igreja de São Salvador pudesse continuar a servir o culto. Esta é ladeada por duas torres sineiras e, ente ambas, um templete para o relógio, colocado em 1782.
Adossadas ao corpo da Igreja foram construídas quatro capelas, com recursos de particulares e das irmandades, e as sacristias. No início do século XVII foi construído um claustro, conhecido pelo sítio, que serviu no século XIX de cemitério e desapareceu na década de 1950 para dar lugar ao arranjo que atualmente existe na frente para a rua da Rosa. No século XVIII, também nas traseiras, adicionou-se-lhe a Sacristia Grande e a Sala do Tribunal Eclesiástico.
O templo foi reconsagrado em 1808.
No contexto da Guerra Civil Portuguesa (1828-1834) aqui eram celebrados os "Te Deum", quer por realistas quer por liberais no poder. Em 1829, a Junta Provisória mandou recolher a prataria e os sinos das igrejas (exceto o estritamente necessário ao culto) à Casa da Moeda estabelecida na Fortaleza de São João Baptista, para fundir moeda - os "malucos" de 80 réis. Em função dessa medida, este templo perdeu todos os seus sinos pequenos e muitas das antigas alfaias, tendo sido salvo a custo, por meio de negociação, o magnífico frontal de prata do altar do Santíssimo.
Aqui foi realizada a cerimónia de batismo de Ngungunhane e seus companheiros de exílio, a 16 de abril de 1899, pelo bispo de Angra, D. Francisco José Ribeiro de Vieira e Brito, tendo como padrinhos os principais notáveis da ilha.
O terramoto de 1980 causou extensos danos ao edifício. Com os trabalhos de restauração a decorrer, em 25 de setembro de 1983 registou-se a derrocada de uma das torres e, dois anos após, em 25 de novembro de 1985, um grande incêndio que destruiu por completo as talhas douradas dos altares, os órgãos de tubos e o teto em caixotões.
Nessas catástrofes perdeu-se um enorme espólio artístico, principalmente de decoração barroca, mas foi possível reedificar o templo que manteve a sua imponência e continua a ser o centro religioso dos Açores e um importante centro cívico da cidade, onde decorrem os mais proeminentes acontecimentos.
Encontra-se classificada como Monumento Regional pela Resolução n.º 41/80, de 11 de Junho, classificação consumida por inclusão no conjunto classificado da Zona Central da Cidade de Angra do Heroísmo, conforme a Resolução n.º 41/80, de 11 de Junho, e artigo 10.º e alínea a) do artigo 57.º do Decreto Legislativo Regional n.º 29/2004/A, de 24 de Agosto.
Em torno da construção existiu sempre um amplo adro. Esse adro, com escadaria para a rua da Sé, foi melhorado em 1845 na frente para a rua do Salinas. Esse adro alberga em nossos dias uma estátua do Papa João Paulo II, comemorativa da sua visita, em 11 de maio de 1991.

quarta-feira, 13 de junho de 2012

Ilha do Corvo - Os Corsários.

Vencida que foi a primeira fase do povoamento, em que foram largados animais de pastoreio, e depois de cinco tentativas de fixação de colonos, o Corvo finalmente começou a ser povoado.
Nesta zona, mais tarde, começaram a convergir as grandes carreiras intercontinentais das Índias, das Áfricas, das Américas, antes de aportarem à Europa.O ouro, as especiarias, os escravos, os diamantes, e a cobiça por eles, concentraram-se, como consequência, à sua volta.
Corsários poderosos afluíram de Marrocos, da Turquia, da França, da Inglaterra e da Holanda.Sem guarnições militares eficazes, o Corvo tornou-se apetecido por todos, que o julgavam presa fácil.
Nos séculos XVI e XVII, a ilha sofre grandes invasões de norte-africanos que, pretendem raptar-lhe a população.Nas alturas dos ataques, os habitantes escondiam-se entre os musgos do Caldeirão.
Resguardados na parte mais alta da ilha, cheia de calhaus rolantes, os corvinos resistiram sempre com grande coragem aos invasores.
A maior parte dos piratas preferiu, no entanto, a atacá-los, estabelecer com eles relações de comércio-Aguadas, fornecimento de víveres, tratamento de feridos e enfermos, conserto de embarcações, tornaram-se, a troco de dinheiro, presentes e protecção, comuns.
A passagem dos veleiros e as ajudas dos piratas, reconfortou.os bastante.Deles, e dos barcos que, de noite se despedaçavam nas rochas, aproveitaram-se com discrição, com ambiguidade durante gerações.
O fim das guerras napoleónicas e o domínio dos mares pelos ingleses alteram depois a ordem dominante e empobreceram gravemente a vida da comunidade.

terça-feira, 12 de junho de 2012

Alcatra da ilha Terceira.

Ingredientes:

  • carne de vaca
  • vinho (de cheiro ou branco)
  • pimenta da jamaica
  • toucinho
  • louro
  • alho
  • cebola

Preparação:

Primeiro, o alguidar onde se elabora a receita, deve ficar de molho em água durante 2 ou 3 dias. Depois deve ser fervido com cebola, casca de batata da terra e couve, para retirar o gosto do barro.
Para evitar que o barro se parta, o alguidar deve ser untado com a pele de toucinho de fumo.

No fundo do alguidar põe-se primeiro o toucinho de fumo para a cebola não pegar e só então deita-se a cebola às rodelas, o alho picado, uma folha de louro, pimenta da jamaica, deita-se a carne besuntada por todos os lados com manteiga e rega-se com vinho destemperado com água. Se for vinho de cheiro, três partes de vinho e uma de água; se for vinho branco, metade de vinho, metade de água.
Após colocada a carne, põe-se novamente pimenta da jamaica, louro, rodelas de cebola, alho picado (no caso de aquecimento deve por-se um pouco de água, ou seja, cada vez que se leva a aquecer).
Cobre-se com uma folha de couve, (também pode usar-se papel de alumínio, mas este deve ser furado com um garfo para o calor penetrar e apenas rosar e não queimar). Vai ao forno e, quando está bem tostada, retira-se do forno, volta-se a carne para que esta possa tostar, apura-se de temperos, se necessário, e aumenta-se o molho com mais vinho nas proporções acima descritas e volta ao forno

segunda-feira, 11 de junho de 2012

Ilha Graciosa.

A Graciosa é uma ilha situada no extremo noroeste do Grupo Central do arquipélago dos Açores
, 37 km a nordeste da ilha de São Jorge e 60 km a noroeste da Terceira, com centro aproximadamente nas coordenadas geográficas 28° 05’ W e 39° 05’ N. Tem uma área aproximada de 62 km² e formato grosseiramente oval, com 12,5 km de comprimento e 8,5 km de largura máxima. É a menos montanhosa das ilhas açorianas, atingindo 402 metros de altitude máxima no bordo leste da Caldeira. Esta baixa elevação confere à ilha um clima temperado oceânico, caracterizado pela menor pluviosidade do arquipélago. A baixa pluviosidade leva à relativa secura da ilha, o que lhe dá no fim do estio uma tonalidade esbranquiçada, que associada ao casario branco das povoações lhe deu o epíteto de "ilha Branca", que lhe foi atribuído por Raul Brandão na obra "As Ilhas Desconhecidas" (1926).
   Tem 4 780 habitantes (2001), na maioria concentrados na sede do único concelho da ilha, a vila de Santa Cruz da Graciosa, cujo centro histórico constitui, pela riqueza e equilíbrio da sua arquitectura, uma zona classificada. No passado, quando a população foi muito superior à actual, a falta de água constituiu um sério problema, levando à construção de reservatórios e cisternas de vária natureza e aos emblemáticos tanques ("pauis") que são hoje a marca da principal praça de Santa Cruz.
   A paisagem da Graciosa é de grande beleza, conjugando o verde das pastagens com o branco das casas isoladas e das povoações. O "ex libris" da ilha é uma formação rochosa de grandes dimensões, em frente ao farol da Ponta da Barca, com uma configuração muito parecida com uma baleia vista de perfil. Possui campos férteis e aplainados que produzem hortícolas, fruta e vinho e onde se cria gado bovino, hoje a principal fonte de riqueza da ilha

domingo, 10 de junho de 2012

Ilha de S.Jorge - Fajã da Caldeira de Santo Cristo.



Fajã da Caldeira de Santo Cristo é uma fajã localizada na freguesia da Ribeira Seca, concelho da Calheta, ilha de São Jorge.
   Esta fajã, possivelmente uma das mais bonitas e sem dúvida a mais famosa fajã da ilha de Sã Jorge, fica entre a Fajã dos Tijolos e a fajã Redonda. Foi 1984 classificada como Reserva Natural, pelo Governo Regional dos Açores, especialmente por causa da existência de amêijoas na sua lagoa denominada Lagoa da Fajã de Santo Cristo.
   Mais tarde foi classificada como sítio de importância internacional ao abrigo da Convenção de Ramsar (a Convenção sobre as Zonas Húmidas de Importância Internacional ou Convention on Wetlands of International Importance), relativa às Zonas Húmidas de Importância Internacional como Habitat de Aves Aquáticas, graças à sua lagoa.

sábado, 9 de junho de 2012

Ilha do Corvo

A descoberta da ilha do Corvo foi feita em simultâneo com a ilha das Flores em 1452 por Diogo de Teive.Um facto singular importa salientar: é que enquanto nas outras ilhas do Arquipélago a ocupação humana verificou-se logo a seguir ao seu reconhecimento, no Corvo e nas Flores houve um hiato de várias décadas entre estes dois momentos.A primeira tentativa de ocupação da ilha realizou-se entre 1508 e 1510, a mando de António Vaz Teixeira, da ilha Terceira e mais tarde em 1515, por ordem dos três irmãos Barcelos, também da ilha Terceira. No entanto, foi apenas com os escravos de Gonçalo de Sousa que se deu a colonização da ilha. A primeira vaga de povoamento definitivo do Corvo foi de facto constituída por escravos, e estes seriam principalmente negros, ainda que existissem também escravos mouros.

Nas suas crónicas, Gaspar Frutuoso, revela os princípios de gestão sustentável que acompanham a ilha do Corvo e os seus habitantes.Dos escravos residentes na ilha, uns tratavam do gado, fornecendo aos rendeiros tudo o que precisassem para os trabalhos agrícolas e, outros, a quem chamavam "meirinhos da serra", vigiavam para que não se caçasse pássaros na época da criação desse e para que não entrassem no Corvo ratos transportados por barcos oriundos das Flores.
A ilha ocupa uma superfície total de 17,3Km2, com 6,5Km de cumprimento por 4Km de largura.
Situa-se a 39º40`de latitude Norte e 31º05`de longitude Oeste.
Conjuntamente com a ilha das Flores, formam o Grupo Ocidental dos Açores.
Presentemente tem à volta de 480 habitantes e 120 casas habitadas

sexta-feira, 8 de junho de 2012

Vulcão dos Capelinhos.


O Vulcão dos Capelinhos, também referido na literatura vulcanológica como Mistério dos Capelinhos, localiza-se na Ponta dos Capelinhos, freguesia do Capelo, na Ilha do Faial, nos Açores. Constitui-se em uma das maiores atrações turísticas do Atlântico, nomeadamente dos Açores, pela singularidade de sua beleza paisagística, de génese muito recente e quase virgem.
Geologicamente insere-se no complexo vulcânico do Capelo, constituído por cerca de 20 cones de escórias e respectivos derrames lávicos, ao longo de um alinhamento vulcano-tectónico de orientação geral WNW-ESE. O nome Capelinhos deveu-se à existência de dois ilhéus chamados de "Ilhéus dos Capelinhos".
O vulcão manteve-se em actividade por 13 meses, entre 27 de Setembro de 1957 e 24 de Outubro de 1958. A erupção dos Capelinhos, provavelmente terá sido uma sobreposição de duas erupções distintas, uma começada a 27 de Setembro de 1957, e a segunda, a 14 de Maio de 1958. A partir de 25 de Outubro o vulcão entrou em fase de repouso. Do ponto de vista vulcanológico, deverá ser considerado um vulcão potencialmente activo

quinta-feira, 7 de junho de 2012

Ilha das Flores - lagoas.


Sete Lagoas é o nome atribuído a um conjunto de sete lagoas alojadas dentro da caldeira de um dos vulcões primordiais da ilha das Flores, arquipélago do Açores.
Apesar de muitos milhões de anos de erosão e de esta formação geológica se encontrar muito desgastada pelas frequentes e fortes chuvas do oceano atlântico, aliadas às fortes ventanias de altitude não perdeu de todo o seu Misticismo e encantamento de um vulcão que embora vivo se encontra prisioneiro dentro de uma montanha adormecida, suspenso num imenso mar de nuvens que alimentam de pluviosidade as florestas de Laurissilva que descem a encosta e bordam as lagoas.
Às lagoas foram atribuídos nomes de acordo com as suas características, e assim temos: a Lago Negra cujo nome provem da cor das suas águas, que são negras devido à profundidade que esta lagoa tem e que chega aos 100 metros de profundidade. É rodeada de areais e encontra-se aninhada entre altas montanhas. Á volta das margens da lagoa surgem grandes maciços de hortênsias de várias cores.
As restantes lagoas deste conjunto chamam-se: Lagoa Branca, Lagoa Comprida, Lagoa Rasa, Lagoa da Lomba, Lagoa Funda e Lagoa Seca.