sexta-feira, 31 de agosto de 2012

Vila das Lajes das Flores.

As Lajes das Flores é sede do concelho com 18,45 km² de área e 627 habitantes (2011), o que corresponde a uma densidade populacional de 34 hab/km². A freguesia das Lajes das Flores corresponde ao território da vila do mesmo nome, um dos dois existentes na ilha das Flores.
   Situa-se no extremo sueste da ilha, sendo constituída pelos lugares de Jogo da Bola, Monte, Morros, Outeiro Negro, Pátio Grande, Ribeira Seca e Vila de Baixo. O centro da freguesia é dominado pelo edifício dos Paços do Concelho e pelas instalações da antiga Estação Radionaval das Flores, as quais englobam o Farol das Lajes, um dos maiores e mais potentes faróis dos Açores. No seu território fica situado o Porto Comercial das Flores, a infraestrutura portuária que serve toda a ilha.
   A população residente na vila é de 545 habitantes (2001), dos quais 37% eram crianças e adolescentes, 49% adultos e 14% idosos. Estavam recenseados na vila 437 eleitores. Uma parte importante da população da vila emigrou para os Estados Unidos da América e para o Canadá, em especial durante as décadas de 1960 a 1980.
   A população residente na vila é de 545 habitantes (2001), dos quais 37% eram crianças e adolescentes, 49% adultos e 14% idosos. Estavam recenseados na vila 437 eleitores. Uma parte importante da população da vila emigrou para os Estados Unidos da América e para o Canadá, em especial durante as décadas de 1960 a 1980.
   Os principais festejos realizados na vila são:
  
  • As festas em honra de São Pedro, no dia 29 de Junho;
  • A festa de Nossa Senhora do Rosário, no primeiro domingo de Outubro, na Igreja Matriz de Lajes das Flores, com procissão e arraial;
  • As festas do Divino Espírito Santo, pelo Pentecostes;
  • A Festa do Emigrante, designação dada às festas concelhias desde 1986, realizadas em homenagem aos emigrantes florentinos, celebrada de sexta a segunda-feira (feriado municipal), na terceira semana de Julho, junto aos Paços do Concelho, com arraial na Avenida Peixoto Pimentel.
  •    Os principais imóveis existentes  são:
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  • Igreja Matriz de Nossa Senhora do Rosário, construída entre 1763 e 1783 no local onde estivera a Ermida do Espírito Santo, para ali transferida no século XVI, de junto ao porto, quando o local foi ocupado pelo Fortim do Espírito Santo. Substituiu a velha Matriz, que deu lugar ao actual cemitério;
  • Capela de Nossa Senhora das Angústias, sita no interior do actual cemitério, estava originalmente no adro da Matriz, então ali situada. Data de 1729 e foi fundada por dois fidalgos espanhóis, aparentemente de nome D. Pedro e D. Manuel, que se salvaram do naufrágio do galeão Nuestra Señora de Angústias e San José que naufragou ao largo de Lajes das Flores, com 180 pessoas a bordo, no dia 27 de Fevereiro de 1727
  • Império do Divino Espírito Santo da Vila, reconstruído em 1819 e em 1846;
  • Casa do Divino Espírito Santo dos Morros, construída em 1846;
  • Casa do Divino Espírito Santo dos Montes, construído em 1868;
  • Paços do Concelho.
  •    Entre os pontos de interesse natural  estão:
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  • As lagoas Funda e Comprida, duas das mais belas lagoas dos Açores;
  • O miradouro da encosta da Pedrinha;
  • A Rocha Alta, a maior falésia da ilha das Flores, com cerca de quinhentos metros de altura;
  • A Fajã de Lopo Vaz, com as suas extraordinárias falésias;
  • As Pedras dos Frades, gigantescos blocos de basalto sobranceiros à costa;
  • O Vale da Boca da Baleia, área de grande equilíbrio paisagístico.
  • quinta-feira, 30 de agosto de 2012

    Museu da Indústria Baleeira de S.Roque do Pico.

    Este Museu localiza-se na freguesia e Concelho de São Roque do Pico.
       Integra a Rede Regional de Museus como extensão do Museu do Pico. Destaca-se por ser o primeiro museu de arqueologia industrial aberto ao público no arquipélago.
       O conjunto principal da antiga fábrica é formado por três corpos rectangulares, alinhados pela fachada, com cisterna acoplada. Aqui se articulavam dois sistemas produtivos, a saber: a pesca da baleia (baleação) e a produção de derivados de cetáceos e respectiva comercialização.
       Esse conjunto é integrado ainda por vários edifícios anexos, tais como uma oficina de carpintaria naval, submetida recentemente a obras de prolongamento de forma a ser possível a instalação de uma serra mecânica vertical, e oficinas de tanoaria e serralharia.
       Ligadas ao edifício principal, mas num corpo posterior, dotado de duas chaminés encontram-se as oficinas de ferreiro e fundidor. No alinhamento destes edifícios, junto à Estrada Regional, ergue-se o edifício onde se encontravam instaladas a administração e o laboratório da fábrica.
       A fachada principal deste edifício tem quatro portões feitos em madeira, pintada de amarelo, e vários janelões. A estrutura deste edifício destaca-se pelo seu aparato no Porto de São Roque chamando de imediato a atenção a quem aqui chega de barco.
       A alvenaria apresenta-se rebocada e pintada de cor branca. A cobertura é de duas águas em telha de meia-cana. Na frente da fábrica situam-se as máquinas do guincho e uma plataforma com rampa para o mar, por onde eram içados os cachalotes. Junto do edifício da fábrica situa-se uma grande chaminé em alvenaria de pedra. Está situada na Praceta dos Baleeiros, na zona do Cais.
       Este museu é considerado como um dos melhores museus industriais do género, exibindo caldeiras, fornalhas, maquinaria e outros apetrechos usados no aproveitamento e transformação dos cetáceos em óleo e farinha.
       Frente a esta fábrica da baleia localiza-se um monumento em homenagem ao baleeiro.

    terça-feira, 28 de agosto de 2012

    Ilha Terceira - Igreja de Santa Cruz da Praia da Vitória.


     Igreja Matriz de Santa Cruz localiza-se no centro histórico da cidade de Praia da Vitória, na freguesia de Santa Cruz.
       Segundo o pesquisador Alfredo da Silva Sampaio, a sua fundação data de 1456, erguida pelo primeiro capitão do donatário, Jácome de Bruges, que aqui se fixou.
       A igreja é constituída por um corpo principal, de planta rectangular, pelo corpo da capela-mor, também de planta rectangular, com largura aproximadamente igual à da nave central, ladeada por duas torres sineiras, uma de cada lado da fachada principal, e por diversos corpos rectangulares (correspondentes aos absidíolos, às capelas laterais, à sacristia e a outros anexos) adossados a ambos os lados dos corpos das naves e da capela-mor.
       Na fachada, rasga-se a portada principal, em estilo manuelino, inserida num gablete acima do qual se situa uma pequena rosácea, em estilo gótico. Na fachada rasgam-se ainda seis janelas: uma de cada lado do portal, ao nível inferior, e duas de cada lado do gablete, ao nível superior. Distribuídas na fachada destacam-se quatro cartelas: uma triangular, junto ao vértice superior da fachada, com a inscrição "REPARATA SUB / ANO 1843 A RU / INA TERRÆ MOTUS 15 / JUNII / 1841"; uma rectangular, entre o vértice do gablete e a rosácea, com a inscrição "SACRATA / 1517"; duas triangulares, uma à esquerda outra à direita do gablete, respectivamente com as inscrições "FUNDA / TA / 1456" e "REPARA / TA / 1810".
       O seu interior, ricamente decorado, divide-se em três naves, separadas por duas séries de seis arcos de volta perfeita apoiados em pilares de seção quadrada. Nele destacam-se a capela-mor, a Capela do Santíssimo Sacramento e a Capela de Nossa Senhora do Rosário, com rica talha dourada em estilo barroco, as abóbadas nervuradas das capelas laterais, também em estilo manuelino, e a Capela do Senhor dos Aflitos, com um retábulo de madeira disposto em oito painéis, em estilo renascentista. Também são dignas de menção, no batistério, uma pia batismal em mármore e, nas duas primeiras colunas dos arcos que dividem o templo, as pias de água benta, que se acredita foram oferecidas por Manuel I de Portugal, e um antigo e raro lustre de madeira.
       A Capela do Santíssimo, dos séculos XVII e XVIII, destaca-se pelo seu retábulo em talha dourada e pelo pórtico em ferro forjado.
       Na sacristia destacam-se um magnífico arcaz de madeira de jacarandá e uma mesa oval, de pedra de lioz.

    segunda-feira, 27 de agosto de 2012

    Diáspora - Festas do Espírito Santo da Nova Inglaterra.




    Segundo o formalismo tradicional do competente Livro de Actas, o "arranque" inicial das Grandes Festas do Divino Espírito Santo da Nova Inglaterra aconteceu no dia oito de Março de mil novecentos e oitenta e seis, no escritório do Comercial dos Azores, Inc., em Fall River. Para o efeito, várias pessoas da área haviam sido previamente convocadas.
       Embora a devoção ao Divino seja considerada como um dos mais distintos capítulos da história da imigração açoriana, aliás copiosamente ilustrada, desde o século XIX, pelas Irmandades e Impérios existentes nestas paragens, a ideia de congregar todas essas irmandades (compreensivelmente dispersas pela geografia e também pela ancestralidade insular) numa Grande Jornada de Convivio étnico-religioso, fervilhava na mente e no coracão de muitos imigrantes.
       Em pleno coração da década de 80, época em que nos E.U.A. (e também nos Açores) a generalidade da população trabalhadora vivia momentos felizes de abundância, a1guns espíritos dinâmicos vislumbraram as condições psico-sociais para "enquadrar" o, povo imigrante sob o estandarte do Divino.
       Assim, o imigrante Heitor Sousa, oriundo da freguesia de Rabo de Peixe, Ilha de São Miguel, reconhecido devoto das tradições açorianas, teve então o engenho de "descobrir" não só a oportunidade, mas teve ainda a boa sorte de encontrar colaboradores dedicados; teve, sobretudo, a perspicácia de cultivar "terreno-comum" para urna nova "união" entre as gerações espalhadas pela diáspora, colocando-as sob o estandarte inconfundível do Divino.
       Fica assim registado que, devido a uma simples cavaqueira entre dois imigrantes amantes das tradições e costumes da sua terra de origern, na circunstância os micaelenses Heitor Sousa e José R. Costa, nasceu a "faisca" benigna que, mais tarde, havia de semear abundantes labaredas de entusiasmo na mente e no coração de muitas outras pessoas de outras ilhas, juntando-as solidariamente, numa grande festa unitária em honra da Terceira Pessoa da Santíssima Trindade.
      

    quinta-feira, 23 de agosto de 2012

    Ilha de S.Jorge - freguesia dos Rosais.


    Os Rosais são uma freguesia que pertence ao concelho das Velas. Tem 24,44 km² de área e 743 habitantes (2011).A sua densidade populacional é de 30,4 hab/km².
       Existindo como freguesia já em 1568 foi, por longos tempos, considerado o Celeiro da Ilha em virtude da grande fertilidade de seus terrenos hoje, na sua maioria, transformados em pastagens. Este agregado populacional foi berço de diversas personalidades que se salientaram culturalmente, como é o caso recente do "Silveirinha", mantém uma filarmónica, um grupo folclórico e no passado teve diversos agrupamentos que se evidenciaram na produção de Comédias.
       A ilha, nesta zona é essencialmente planaltica apresentando espectaculares
        escarpas, de que a Ponta dos Rosais complementada pelas ruínas do Farol dos Rosais são o exemplo.
       No Parque Florestal das Sete Fontes realiza-se uma interessante festa em honra dos emigrantes.
       A visão da Fajã de João Dias recompensa uma curta caminhada de 5 minutos

    quarta-feira, 22 de agosto de 2012

    Ilha de S.Miguel - Processo de Produção de Chá.



    Os Açores são a única região europeia a produzir chá, tendo dado início a esta atividade no século XIX. Deste modo os Açores reservam-se ao direito de defender uma das suas exportações mais características.
       Começou no início do século XIX quando as pessoas trouxeram o chá do Brasil. A Sociedade da Indústria Micaelense, da ilha de S. Miguel, deu um impulso fundamental para o cultivo da planta do chá, providenciando a vinda de dois chineses. Chegaram à ilha em Março de 1978, ensinando a produzir esta bebida. Só a partir da vinda destes dois chineses é que se começou a produzir ao nível industrial, passando a ter relevância económica.
       Até meados do século XX havia 12 a 15 plantações de chá nos Açores, principalmente na costa norte da ilha, no concelho de Ribeira Grande (São Miguel). Embora ainda hoje existam pessoas que continuam a produzir chá em casa, para seu próprio consumo. Mas depois a produção começou a decair, principalmente com a política do Estado Novo de proteção ao chá de Moçambique. Depois, a pouco e pouco, foram desaparecendo. Atualmente restam somente duas plantações de chá, que é a plantação de chá da Gorreana e a plantação de Porto Formoso.
       Há várias variedades de chá, todas provenientes da planta "camellia sinensis". Chá de tília, chá de cidreira, isso não são chás no verdadeiro sentido da palavra, são tisanas. Desse há algumas variedades produzidas nos Açores, como o chá "orange pekoe", o "pekoe" ou o "broken leaf". Todos estes chás são produzidos, quer na Gorreana, quer no Porto Formoso, só que a única plantação que produz o chá verde é a da Gorreana. É um chá não fermentado, leve que os chás pretos, tem um sabor que lembra as plantas verdes e tem propriedades terapêuticas (anti-cancerígenas, anti-inflamatórias), é purificador do organismo e é o chá mais consumido pelos chineses. A sua produção na ilha de S. Miguel quintuplicou nos últimos 10 anos.
       A produção de chá é realizada através de processos muito regidos, em que se pode dizer que a delicadeza para com a planta é a base do acontecimento.
       O período da apanha da folha da Camellia sinensis acontece por um espaço temporal que se estende entre os meses de Abril e Setembro, e isto para que seja numa época estival em que, pelo facto de chover menos também a planta cresce menos, em consequência o chá tenha maior qualidade a nível do paladar.


     
      

    terça-feira, 21 de agosto de 2012

    Plantas Endémicas - Moyosotis marítima.


    A Moyosotis marítima é uma planta herbácea anual ou bienal, até 20-(50) cm de altura, muito ramificada, com caules ascendentes densamente pilosos. Folhas alternas, simples, carnudas e densamente pilosas. Flores em cimeiras pouco densas, com 5 pétalas azuis claro ou brancas com a típica configuração das flores de não-me-esqueças.
       Ocorre em todas as ilhas dos Açores, nas ravinas e rochedos marítimos secos, geralmente até 50 m da altitude, podendo em raras ocasiões estender-se pelas falésias costeiras até 150 m de altitude. As populações são esparsas, espalhando-se por vezes por dezenas ou centenas de metros.

    segunda-feira, 20 de agosto de 2012

    Ilha do Pico - Freguesia de S.Mateus.


    São Mateus é uma freguesia do concelho da Madalena, com 17,74 km² de área e 772 habitantes (2011), tem uma densidade populacional de 43,5 hab/km² e dista da sede de concelho: 15.00 km.
       A freguesia de São Mateus é a mais antiga freguesia do concelho da Madalena do Pico, tendo a data de chegadas dos primeiros povoadores ocorrido em 1482. A sua posição geográfica, na costa Sul da ilha, leva-a a confinar a oeste com a freguesia da Candelária e a leste com a de São Caetano.
       A sua igreja paroquial, dedicada à evocação de São Mateus, foi consagrada ao mesmo santo padroeiro, tendo a sua construção sido iniciada apenas em 1838. Acredita-se que no primitivo templo que houve nesta freguesia de São Mateus deva ter sido coevo da fundação da respectiva paróquia, embora se ignore a data da sua construção, existem documentos que a referem como existente já em 1542.
       Trata-se de uma das mais imponentes igrejas de toda a ilha do Pico. Apresenta uma nave central com grande envergadura e rodeada por colunas. O templo encontra-se dividido por três naves, com duas séries de seis arcos.
       Este templo foi elevado à categoria de Santuário Diocesano por decreto do então 36.º Bispo de Angra, Dom Manuel Afonso de Carvalho em 1 de julho de 1962.
       Dada a sua proximidade com o mar esta freguesia apresenta também uma apreciável actividade piscatória, o que traz algum movimento ao Porto de São Mateus. Além destas actividades surgem outras relacionadas actividades comerciais que contribuem também para o seu desenvolvimento económico.
       A freguesia também está muito relacionada com actividade da caça à baleia, apresenta ainda resquícios da actividade como o caso das antigas vigias de baleia e a casa dos botes junto ao porto de São Mateus.
       No dia 6 de Agosto de cada ano venera-se o Senhor Bom Jesus

    domingo, 19 de agosto de 2012

    Ilha de S.Miguel - Cozido das Furnas



    Cozido nas caldeiras naturais da Lagoa das Furnas, é um dos pratos mais emblemáticos da ilha.
       Os vários ingredientes são colocados numa panela, que é enterrada no solo junto às caldeiras, onde levam cerca de cinco horas a serem cozinhados pelo calor natural emanado da actividade vulcânica.

    sexta-feira, 17 de agosto de 2012

    Ilha Terceira - Batalha da Salga.


    A Batalha da Salga foi um recontro travado a 25 de Julho de 1581 na baía da Salga, no Porto Judeu, na Jurisdição do extinto Concelho da Vila de S. Sebastião, Terceira, Açores, entre uma força de desembarque espanhola e as forças portuguesas que, em nome de D. António I, defendiam a ilha em oposição à união pessoal com Espanha, no contexto da crise de sucessão de 1580.
       Chegada da armada à Terceira e seus movimentos:
      
    Ao amanhecer do dia 5 de Julho de 1581 apareceu esta armada à vista de Angra, da parte de leste, contando-se nela oito galeões, um pataxo e uma caravela alfamista, que vinha por mexeriqueira.
    Mui diversos foram os efeitos de temor e alegria, que isto causou aos seguidores dos dois bandos em que se achava dividida a Terceira; porquanto, o partido que seguia a voz de El-Rei D. António esperava que fosse o socorro de França e Inglaterra, há muito prometido; e o que seguia a parte de El-Rei Filipe, esperava e queria fosse já a esquadra para sujeitar a ilha ao seu domínio. E ainda que os primeiros tivessem razão de presumir que fosse armada inimiga, lhes parecia tão pequena que lhes nãoTão reiteradas promessas e ameaças do Castelhano pareciam fraqueza e pusilanimidade e como tais não sortiram outro efeito mais do que o escárnio. Os terceirenses, além de um pequeno número, não queriam género algum de conciliação que expressamente lhes não fosse determinado por El-Rei D. António, a quem mui cordialmente abraçavam e tinham jurado obedecer até por ele derramarem a última gota de sangue.
       Com esta heróica resolução conheceu Valdez que a ilha se não rendia, tratando por ora somente de participar a El-Rei seu amo estas coisas, e no entretanto pairava sobre a vela nestas águas, esperando disposições ulteriores.
       Em resultado desta batalha ficou consolidado o poder de D. António na Terceira e nas restantes ilhas do Grupo Central e Ocidental. Contudo, dada a importância geoestratégica das ilhas, Filipe II não poderia desistir, concedendo meramente uma trégua que duraria dois anos, até ao desembarque da Baía das Mós e à conquista da ilha.
      
      
      

    quinta-feira, 16 de agosto de 2012

    Ilha de S.Miguel - Miradouro da Ponta do Sossego.



    O Miradouro da Ponta do Sossego localiza-se no concelho do Nordeste,
       Foi sujeito a obras de restauro e manutenção cuja inauguração aconteceu no dia 18 de Julho de 1995. Oferece uma vista ampla sobre a costa norte da ilha bem como sobre parte das montanhas do Nordeste.
       Daqui avista-se a Fajã do Araújo, a Ponta da Madrugada e a Ponta da Marquesa.
       Este miradouro é em parte ajardinado não só com plantas de flor mas também com flora endémica típica da Macaronésia. Sendo possível merendar à sombra de telheiros de colmo.
      

    quarta-feira, 15 de agosto de 2012

    Ilha do Corvo - Igreja de Nossa Senhora dos Mlagres.



    O primeiro templo erguido na ilha constitui-se em uma simples ermida, de pequenas dimensões, sob a invocação de Nossa Senhora do Rosário, localizada junto ao mar. Aqui cumpriam os corvinos o seu preceito Pascal, para o que para aqui se deslocava, anualmente, pela altura da Quaresma, um clérigo da vizinha ilha das Flores.
       Foi destruída durante a incursão de piratas da Barbária à ilha em 1632, a partir de quando a imagem da SEm 1674 o lugar do Corvo foi elevado a paróquia. Nessa ocasião cuidou-se de erguer a igreja paroquial, dedicando-a a Nossa Senhora dos Milagres e dotando-a com um vigário, um cura e tesoureira passou a ser referida como Senhora dos Milagres.
        O templo foi reedificado em 1795, com as dimensões de 26 metros de comprimento por 7 de largura.
       Foi consumido por um violento incêndio em 1932, no qual se perderam riquíssimas alfaias. Salvou-se, entretanto, a Imagem de Nossa Senhora dos Milagres, que a tradição refere ter sido encontrada no mar.O templo foi restaurado em seguida.
       A festa da padroeira é celebrada, anualmente, a 15 de agosto, e atrai centenas de pessoas da ilha vizinha.
       O templo, erguido em alvenaria de pedra rebocada e pintada de branco, à excepção do soco, dos cunhais, da cornija e das molduras dos vãos, pintados de cor cinzenta. Na fachada principal, de frontaria simples, destaca-se um portal axial encimado por uma moldura. No interior desta existe uma placa de pedra com a data de "1795", data da primeira construção, ladeada por duas janelas. É rematada por um frontão encimado por uma cruz em pedra. A cobertura apresenta-se com duas águas e coberta por telha de meia-cana de produção industrial.
      
       Ainda no exterior, pelo lado direito ergue-se a torre sineira, de planta rectangular. Nela se rasgam os vãos do campanário em arco de volta perfeita, e é encimada por um coruchéu facetado com pináculos sobre os cunhais.
       Internamente apresenta uma única nave, dotada de sacristia e de um baptistério localizado do lado da epístola. O púlpito encontra-se localizado do lado do Evangelho.
       Ao fundo da nave encontram-se dois altares, um sob a invocação de Nossa Senhora do Carmo (do lado do Evangelho) e outro do Sagrado Coração de Jesus (do lado da Epístola).
       A imagem da padroeira é Nossa Senhora dos Milagres, de origem flamenga, e remonta ao século XVI. De acordo com a lenda local, a pequena imagem foi encontrada no mar. Destaca-se pelo seu talhe e pelos magníficos adornos com que foi dotada ao longo dos séculos: coroa e rosário de ouro, capas e mantos de seda recamados de ouro.
      
      

    terça-feira, 14 de agosto de 2012

    Ilha de S.Miguel - Olaria.


    A olaria teve origem nos tempos medievais com características trazidas pelos árabes e pelos mouros, durante a invasão da Península Ibérica.
       No final do século XV, os açorianos usavam peças de olaria feitas nas ilhas, com influência hispano-mourisca. Exemplo disso era o talhão da ilha de Santa Maria de barro vermelho, que servia de reservatório de águas nas cozinhas de Santa Maria e São Miguel. Dada a mistura de civilizações na Península Ibérica, outras influências se juntam nas nossas louças, como a grega e a romana. Estas revelam-se no traço e na cor de graciosas originalidades, as quais se encontram nas louças quer de Santa Maria, quer de Vila Franca do Campo e, mais tarde, na louça branca vidrada da Lagoa.
       Na Lagoa, existem memórias de pequenas olarias de barro vermelho, semelhantes às existentes na ilha de Santa Maria e de Vila Franca do Campo. Isto ainda antes da fundação da primeira fábrica de louça vidrada, criada por Bernardino da Silva em 1862, no Porto dos Carneiros da Lagoa. Esta fábrica, denominada por Cerâmica Vieira, é dos poucos patrimónios industriais e artísticos que têm resistido ao longo de cinco gerações familiares. A sua produção continua a ser artesanal e a sua decoração, para além dos desenhos tradicionais, é deixada ao livre arbítrio dos artesãos da fábrica. As suas louças apresentam uma decoração muito característica, onde predomina a cor azul. São vulgarmente conhecidas por “LOUÇA DA LAGOA”.
       Atualmente, é considerada o ex-libris artesanal do Concelho

    domingo, 12 de agosto de 2012

    Ilha do Corvo - a Geologia.



    A ilha localiza-se sobre a placa tectónica norte americana, a oeste do rifte da Crista Média Atlântica (sigla CMA), edificada sobre fundo oceânico com cerca de 10 milhões de anos. As ilhas das Flores e do Corvo emergem do mesmo banco submarino, de orientação NNE-SSO. A sua tectónica é controlada por falhas orientadas aproximadamente Norte-Sul, paralelas à Crista Média Atlântica e por falhas transformantes com direção Oeste-Este, que segmentam o vale do rifte. A ilha corresponde a um vulcão do tipo central, que começou a emergir há cerca de 730 mil anos. O colapso da cratera terá ocorrido há 430 mil anos. Antes da formação da cratera, estima-se que o cone central teria cerca de 1 000 metros de altitude.
       Aliado à erosão marinha, a ilha enfrenta erosão provocada pelos ventos dominantes de nordeste e oeste. As vertentes do vulcão encontram-se parcialmente preservadas nos flancos Sul e Leste (com altitudes entre 150 a 250 metros), muito reduzidas pelo recuo das arribas litorais a norte e completamente ausentes a oeste (com altitudes entre 500 a 700 metros). O recuo das arribas já alcançou o bordo oeste da caldeira. Na vertente sul, sobressaem cones secundários – Coroínha, Morro da Fonte, Grotão da Castelhana e Coroa do Pico – que se encontram bem preservados da acção erosiva, responsáveis pelo derrames basálticos que formaram a fajã lávica (com altitudes entre 10 a 60 metros).
       A extremidade noroeste da ilha constitui a Ponta Torrais, saliente e notável, em espinhaço aguçado e com cristas pontiagudas, tendo na sua face norte um pequeno ilhéu cónico, o ilhéu dos Torrais. Na costa norte e noroeste existe outro pequeno ilhéu, o Ilhéu do Torrão, e alguns recifes submersos perigosos para a navegação.

    sábado, 11 de agosto de 2012

    Ilha Terceira. - Fortaleza de São João Baptista



    A Fortaleza de São João Baptista, formalmente denominada como Prédio Militar nº 001/Angra do Heroísmo, mas também referida como Castelo de São João Baptista, Castelo de São Filipe, Fortaleza de São Filipe ou simplesmente Fortaleza do Monte Brasil, localiza-se na freguesia da Sé, na cidade e concelho de Angra do Heroísmo, na costa sul da ilha Terceira, nos Açores.
       A atual estrutura cobre uma superfície de cerca de três quilómetros quadrados e é constituída por um núcleo principal, fechado no istmo, pelo lado de terra (norte), por uma cortina abaluartada na cota de 111,5 metros acima do nível do mar. Essa muralha, com três baluartes e dois meio-baluartes, desenvolve-se num comprimento de cerca de 570 metros, erguendo-se a uma altura média de 15 metros, e apresentando 2,6 metros de largura em sua parte superior. Diante dela, em considerável extensão, foi escavado um fosso com largura média de dez metros e, em alguns trechos, de igual profundidade em relação à defesa exterior. A partir de cada uma de suas extremidades projectam-se duas outras cortinas que envolvem a península.
       Os cinco baluartes que reforçam a muralha no istmo, de Oeste para Leste, são respectivamente:
       - Baluarte de Santa Catarina, sobre a rocha do Fanal, com sete canhoneiras. Em seu ângulo saliente ergue-se o chamado Torreão dos Mosquitos coroando uma vigia abobadada, outrora utilizada como paiol de bateria. É ligada por uma cortina de dois lances, em diferentes níveis, onde se abrem quatro canhoneiras.
       - Baluarte de de São Pedro, à esquerda do Portão de Armas, com quinze canhoneiras. Em seu ângulo esquerdo também tem um paiol de bateria. Seguia-se-lhe uma extensa cortina de dois lances onde, em 1766, se abriam seis canhoneiras no troço da esquerda, e sete no da direita. Essas canhoneiras não chegaram até aos nossos dias. À cortina, à direita do Portão de Armas[.
       - Baluarte da Boa Nova, com dezasseis canhoneiras. Em seu ângulo saliente existem dois paióis, encimados pelo chamado Torreão da Bandeira, onde se levanta o mastro da bandeira da fortaleza. A face deste baluarte, debruçada sobre a baía de Angra, no contexto das Guerras Liberais, passou a denominar-se Bateria de D. Pedro IV, conforme inscrição epigráfica em lápide de mármore. A cortina que se lhe segue estava artilhada com seis peças. No contexto das Guerras Liberais esta cortina passou a denominar-se Bateria de D. Maria II, conforme outra inscrição epigráfica ali colocada. No limite sul desta cortina existe uma casamata, denominada de Bateria de Malaca, por ali ter existido, outrora, uma peça de bronze do calibre 36 oriunda da Fortaleza de Diu, recolhida a Lisboa em 22 de julho de 1771. Dessa bateria, por sobre o arco do Portão de Armas, descendo-se uma escada para um antigo jardim onde há uma canhoneira.
       - Baluarte do Espírito Santo, sobre o chamado Campo do Relvão, onde se abrem quatro canhoneiras e três paióis - um a meio e dois nos ângulos -, ligando-se, por sua vez, a uma cortina com seis canhoneiras e um paiol.
       - Baluarte de Santa Luzia, com cinco canhoneiras e um paiol, que se continua por dois troços de cortina em planos descendentes, cada uma a sua canhoneira e, no último, um paiol. Neste baluarte foi construído, em 1849, um paiol conhecido como Paiol Novo. Também se ergue, neste baluarte, o edifício do antigo Laboratório de Artilharia, que substituiu o antigo, mais amplo, destruído por violento incêndio em 7 de maio de 1821, com cinco vítimas fatais.
       No flanco esquerdo da fortaleza, junto ao Baluarte de Santa Catarina, sobre a baía do Fanal, existe ainda a chamada Bateria do Arsenal, com cinco canhoneiras.

    sexta-feira, 10 de agosto de 2012

    Ilha de S.Jorge - freguesia das Manadas.



    As Manadas é uma freguesia do concelho de Velas, com 12,50 km² de área e 374 habitantes (2011). Tem uma Densidade: 29,9 hab/km².
       A freguesia é uma das mais antigas freguesias da ilha de São Jorge, foi criada provavelmente antes de 1559, se bem que é nesta data que começa a aparecer como freguesia nos documentos do século XVI.
       Era em 1568 uma das seis paróquias que então existiam na ilha de São Jorge.
       A sua população teve grandes alterações ao longo dos séculos: em 1550 tinha cerca de 250 habitantes. Já no inicio do século XVIII a sua população tinha aumentado para de cerca de 500 pessoas. Sendo de 400 atualmente.
       Esta freguesia fica a uma distância de 15 quilómetros da vila das Velas e é a última freguesia deste Concelho no sentido de quem se dirige para o Norte, confinando assim com a freguesia do Norte Grande, com a qual faz extremos junto do Ponto mais alto da ilha de São Jorge, o Pico da Esperança.
       A sua  paisagem  é muito pitoresca não fica-se entra a serra e o mar. Apresenta-se com casas solarengas, dispersas por entre antigos pomares e campos de cultura. É uma freguesia muito montanhosa que no entanto também apresenta espaços planos principalmente os que estão mais próximos da costa, que nesta localidade são conhecidos como Terreiros. O melhor maior destes, à beira mar plantado, estende-se até às proximidades da Igreja de Santa Bárbara, e até junto do Porto das Manadas.
       Proveniente das serras a que se encontra sobranceira, provêem várias nascentes de águas abundantes que abastecem vários chafarizes. Os seus portos principalmente o Porto dos Terreiros é muito utilizado para a pesca desportiva e veraneio.
       Às Manadas pertence a Fajã das Almas, que é considerado um dos locais de maior interesse da freguesia. Trata-se na prática de uma saliência de terra firme entre a falésia e o mar, aproveitada ao máximo devido ao seu microclima. Apresenta férteis pomares e campos de cultivo, onde cresce café, vinhas, frutos tropicais e belos dragoeiros (Dracaena draco).

    quinta-feira, 9 de agosto de 2012

    Ilha de S.Miguel - Um das Lendas das Sete Cidades.

    Uma lenda muito simples, mas cheia de poesia , fala-nos do antigo reino das Sete cidades, cujos Reis possuíam uma filha muito linda. Essa princesa amava a vida campestre, motivo porque andava muito pelos campos, contemplando montes e vales, aldeias e costumes. Um belo dia encontrou um jovem pastor. Conversou demoradamente com ele e, dessa conversa nasceu o amor. Passaram, por esse motivo, a encontrar-se todos os dias, jurando amor e afeição mútua. Mas a Princesa tinha o destino marcado porque um Príncipe, herdeiro de outro reino, pretendia a sua mão. Havia, pois que suspender o devaneio com o pastor. Assim foi a Princesa proibida de se encontrar com ele, embora lhe consentissem uma despedida. Mas, ao encontrarem-se pela última vez, choraram ambos, tanto, tanto, que aos seus pés se formaram duas lagoas: - uma azul, feita das lágrimas derramadas dos olhos azuis da linda Princesinha; outra, verde, devido às lágrimas caídas dos olhos verdes do jovem pastor. Os dois namorados se separaram para todo o sempre, mas as lagoas feitas das lágrimas de ambos, essas jamais se separaram.

    quarta-feira, 8 de agosto de 2012

    A arte da gravação de dentes de baleia.



    O artesanato em osso de baleia é considerado um dos símbolos dos Açores e constitui uma das últimas heranças da caça à baleia, uma atividade que foi vital para a economia de várias ilhas, durante séculos.
       Esta forma de artesanato, que terá nascido a bordo dos barcos baleeiros da Nova Inglaterra como forma de ocupar o tempo dos tripulantes mais habilidosos durante os momentos de lazer, utiliza as únicas partes da baleia que não eram aproveitadas pela indústria - os dentes e os ossos.
       Depois de polido o dente ou osso, é feito o desenho pretendido com o auxílio de estiletes ou navalhas, aplicando em seguida tinta-da-china para preencher os rasgos feitos na peça.
       Apesar da captura de baleias nos Açores ter terminado no final da década de oitenta do Sec.XX,
        ainda muita gente que tem dentes de baleia guardados em casa", pelo que se considera que esta "arte não está condenada" a terminar num curto espaço de tempo.
       Atualmente estas peças já são consideradas de extremo valor e podem atingir o preço de dezenas de milhares de euros.
     

    terça-feira, 7 de agosto de 2012

    Ilha Terceira - Ilhéus das Cabras.



    Os ilhéus das Cabras localizam-se a sueste da cidade de Angra do Heroísmo, na costa sul da ilha Terceira, nos Açores. Administrativamente estão compreendidos na freguesia de Porto Judeu.
       Constituem-se em duas ilhotas vulcânicas, restos de um cone litoral muito desmantelados pela erosão marinha e pelas movimentações tectónicas de um vulcão surtseyano, hoje fortemente palagonitizado. São os ilhéus de maiores dimensões existentes no arquipélago.
       No que diz respeito à avifauna, neles podem observar-se o cagarro (Calonectris diomedea borealis) e o garajau-comum (Sterna hirundo), espécies protegidas pelo Anexo I da Directiva Aves, contando-se também com a presença de espécies como a garça-real (Arrfea cinerea), o pilrito-das-praias (Calidris alba), e o borrelho-de-coleira-interrompida (Charadrius alexandrinus). Os ilhéus são ainda uma zona de importante nidificação de aves marinhas, tais como a gaivota, o cagarro e o garajau.
       A zona dos ilhéus também é frequentada por pequenos cetáceos, destacando-se a toninha-brava (Tursiops truncatus) e tartarugas, como a tartaruga-boba (Caretta caretta).
       Desde o Inicio do povoamento do arquipélago que estes ilhéus se encontram envoltos em polémicas devido à sua posse.
       Aparecem no ano de 1666 como fazendo parte das propriedades de Braz Pires do Canto, filho de Sebastião Martins do Canto.
       206 e anos depois, em 26 de fevereiro de 1872, surgem novamente a serem registados, desta feita por Miguel do Canto e Castro Pacheco de Sampaio, descendente de Braz Pires. Este novo registante era Par do Reino e encontrava-se a viver em Lisboa. Para este processo de registo foi representado por uma procuradora, a sua tia Margarida Cândida do Canto, moradora esta na cidade de Angra do Heroísmo em Angra.
       Novamente, em 11 de Fevereiro de 1905, estes ilhéus voltam a mudar de proprietário, desta feita passam à posse do Dr. Eduardo Abreu, médico, e esposo Adelaide de Brito do Rio Abreu, latifundiária e moradora na cidade de Amares, por legação de D. Maria Luísa do Canto e Castro da Silva Ataíde, por via do testamento desta aprovado no dia 3 de Novembro de 1888, feito na cidade do Porto.
       Atualmente continuam na posse de privados] os herdeiros da família de José Luís Evangelho.

    segunda-feira, 6 de agosto de 2012

    Ilha do Corvo - Geologia.



    A ilha localiza-se sobre a placa tectônica norte americana, a oeste do rifte da Crista Média Atlântica (sigla CMA), edificada sobre fundo oceânico com cerca de 10 milhões de anos. As ilhas das Flores e do Corvo emergem do mesmo banco submarino, de orientação NNE-SSO. A sua tectônica é controlada por falhas orientadas aproximadamente Norte-Sul, paralelas à Crista Média Atlântica e por falhas transformantes com direcção Oeste-Este, que segmentam o vale do rifte. A ilha corresponde a um vulcão do tipo central, que começou a emergir há cerca de 730 mil anos. O colapso da cratera terá ocorrido há 430 mil anos. Antes da formação da cratera, estima-se que o cone central teria cerca de 1 000 metros de altitude.
    Aliado à erosão marinha, a ilha enfrenta erosão provocada pelos ventos dominantes de nordeste e oeste. As vertentes do vulcão encontram-se parcialmente preservadas nos flancos Sul e Leste (com altitudes entre 150 a 250 metros), muito reduzidas pelo recuo das arribas litorais a norte e completamente ausentes a oeste (com altitudes entre 500 a 700 metros). O recuo das arribas já alcançou o bordo oeste da caldeira. Na vertente sul, sobressaem cones secundários – Coroínha, Morro da Fonte, Grotão da Castelhana e Coroa do Pico – que se encontram bem preservados da acção erosiva, responsáveis pelo derrames basálticos que formaram a fajã lávica (com altitudes entre 10 a 60 metros).
    A extremidade noroeste da ilha constitui a Ponta Torrais, saliente e notável, em espinhaço aguçado e com cristas pontiagudas, tendo na sua face norte um pequeno ilhéu cónico, o ilhéu dos Torrais. Na costa norte e noroeste existe outro pequeno ilhéu, o Ilhéu do Torrão, e alguns recifes submersos perigosos para a navegação