quarta-feira, 11 de julho de 2012

Ilha das Flores - freguesia da Caveira.

A Caveira é uma freguesia rural  do concelho de Santa Cruz das Flores, com 3,29 km² de área e 77 habitantes (2011), o que corresponde a uma densidade populacional de 23,4 hab/km². É a mais pequena freguesia da ilha das Flores no que respeita à área que ocupa e uma das mais pequenas em população. Está situada no extremo sul do concelho de Santa Cruz das Flores, distando da vila sede do concelho cerca de 5 quilómetros. A pequena freguesia ergue-se sobre uma alta lomba que se estende entre duas profundas ribeiras: a Ribeira da Cruz, a norte, que a separa da vila; e a Ribeira da Silva, a sul, que a separa da freguesia da Lomba, já no concelho das Lajes das Flores. O alto sobre o qual assenta a freguesia prolonga-se para o mar, formando um alcantilado promontório, rodeado por falésias basálticas, denominado Ponta da Caveira. A paróquia católica correspondente à freguesia tem Nossa Senhora do Livramento como orago, embora oficialmente nunca tenha obtido autorização canónica para abandonar o primitivo orago de Benditas Almas.
   A Caveira assenta sobre uma alta lomba que se prolonga até ao mar, onde forma a Ponta da Caveira, um enorme penhasco alcantilado sobranceiro ao mar. O lado sul da Ponta é formado por formações basálticas policromas, com destaque para a que forma a chamada baixa da Ribeira da Silva. Na face norte da Ponta, a possante Ribeira da Cruz abre-se num imenso e escarpado vale que se prolonga quase até ao centro da ilha. Na embocadura da Ribeira ergue-se a Rocha Fernão Jorge, um gigantesco triângulo rochoso formado por prismas basálticos originados pela disjunção prismática de uma espessa escoada lávica. A forma peculiar desta formação faz dela uma raridade, já que só se conhece um exemplar semelhante na baía de Diégo Suarez, no norte de Madagáscar.
   Outra formação peculiar da costa da Caveira é a Gruta dos Enxaréus, uma grande cavidade situada sita na base da falésia, com cerca de 50 metros de comprimento, 25 de largura e mais de 15 de profundidade, onde podem penetrar embarcações de médio porte. Utilizada durante séculos como esconderijo de piratas, corsários e contrabandistas, é hoje uma das grandes atracções da ilha.
   A grande altitude em que se situa a freguesia, completamente desabrigada dos ventos do mar, faz dela um lugar de grande beleza cénica, mas de clima rigoroso. A grande precipitação que cai sobre a área faz dela lugar ideal para a instalação de pastagens, não sendo de estranhar que a agro-pecuária, com destaque para a bovinicultura, seja a actividade dominante. Contudo, a proximidade em relação a Santa Cruz tem vindo a impor uma crescente tercearização do emprego, sendo hoje muitos os residentes que trabalham na vila.

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