quinta-feira, 5 de julho de 2012

Artesanato- cestos de vimes.



Desde o princípio do povoamento, segundo os registos históricos se trabalha em cestaria nos Açores. São aplicadas técnicas antiquíssimas às várias matérias-primas disponíveis (em especial o vime), os homens responsáveis por esta arte de trabalhar o vime (os cesteiros) criam uma variedade grande de formas, para uso quer nos trabalhos agrícolas, quer nas atividades relacionadas com o mar, quer ainda para uso doméstico. São autênticas obras de arte que nos servem e muito, são sinónimo da paciência e necessidade de outros tempos, obras de perfeita execução, como evidenciam por exemplo, os balaios da ilha do Faial. De raiz muito antiga, estes cestos são construídos a partir de pequenos molhos de palha, firmemente amarrados e armados em espiral.
   O vime pode ter 2 tipos de tratamentos, consoante o que vimeiro quiser confecionar: o cozido ou cru. O vime cozido, o seu tratamento começa com a retirada de pequenas ramificações da planta, de seguida é levado para o caldeiro, selecionados consoante o tamanho e armado com laços, fazendo molhos. Cozem em águas com elevadas temperaturas em grandes caldeiros e abafados para a água não evaporar. Após este processo são descascados, esta é normalmente uma tarefa feminina.
   A fase final deste processo de tratamento dos vimes é a secagem, são colocados ao sol para secar durante cerca de 2 a 3 dias, depois de secos são amarrados em grandes molhos e separados novamente por tamanhos.
   O vime cru é usado ao natural, depois de podado é igualmente selecionado por tamanhos e a seguir colocado a secar durante um a dois meses, é um processo normalmente feito pelo artesão, a maioria coloca os vimes num poço deixando curtir cerca de um mês. No início do verão, o vime é retirado, descascado, ou não, e trabalhado, nas 24horas anteriores é colocado de molho, para estar húmido, para não secar.

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