terça-feira, 25 de setembro de 2012
Ilha das Flores - Fajã Grande.
A Fajã Grande é uma freguesia rural do do concelho das Lajes. Tem 12,55 km² de área e 202 habitantes (2011), o que corresponde a uma densidade populacional de 16,1 hab/km². Apesar das sua pequena população, ainda assim é uma das freguesias mais povoadas do concelho das Lajes das Flores. Situa-se na costa oeste da ilha das Flores, a cerca de 17 km da sede do concelho. A paróquia católica correspondente tem São José como orago.
Localizada numa extensa fajã da costa oeste da ilha, delimitada do lado de terra pela enorme escarpa da Rocha da Fajã, uma falésia que nalgumas zonas excede os 600 m de altura, e do outro por uma linha de costa baixa e muito recortada, a Fajã Grande é composta por três lugares: a Fajã Grande, centro da freguesia e a sua localidade mais populosa; a Ponta da Fajã Grande, uma povoação sita numa estreita fajã encaixada entre o mar e a base da falésia da Rocha da Fajã, a norte da Fajã Grande; e a Cuada, um povoado sito num planalto a sueste, no limite com a freguesia da Fajãzinha, durante muitos anos deserto, hoje um empreendimento de turismo rural classificado como Conjunto de Interesse Municipal.
A Fajã Grande confronta com as freguesias de Ponta Delgada das Flores e Fajãzinha e considera-se o lugar mais ocidental de toda a Europa, já que para oeste apenas lhe fica o desabitado ilhéu do Monchique, descrito pelo padre José António Camões, um nativo da Fajã Grande, nos seguintes termos.
A Fajã Grande é formada por terrenos detrítico, provenientes da falésia da Rocha da Fajã, produzindo um rico solo, embora pedregoso, o que se alia à abundância de água para fazer dos terrenos da freguesia férteis campos. O abrigo fornecido pela falésia e pela irregularidade do terreno permitiu também a instalação de pomares e de hortas, destacando-se a produção de inhames nos terrenos inundados, considerados os melhores dos Açores. Hoje a maior parte dos terrenos encontra-se abandonada, dada a recessão demográfica que a freguesia sofreu.
O porto da Fajã Grande, outrora uma das principais portas de entrada na ilha, encontra-se hoje reduzido a uma zona balnear, sendo apenas ocasionalmente utilizado pelas embarcações locais. Toda a zona que o rodeia, e a enorme praia de calhau rolado que se prolonga até à Ponta, são hoje uma das mais apreciadas estâncias de lazer da ilha, atraindo banhistas e surfistas de toda a ilha. A grande qualidade ambiental e paisagística do local, pese embora algumas casas construídas recentemente que destoam, dão à freguesia um grande potencial como destino turístico. Já surgiram algumas iniciativas na área da restauração e da hotelaria, com destaque para o complexo de turismo rural da Cuada, que fazem antever um rápido crescimento da indústria turística.
A freguesia alberga também alguns do melhores trilhos pedestres dos Açores, com destaque para aqueles que a ligam a Ponta Delgada das Flores.
lugar da Ponta da Fajã Grande, mais conhecido simplesmente por Ponta, com a sua igreja de Nossa Senhora do Carmo, é uma aldeia de grande beleza e equilíbrio paisagístico, a qual, pese embora a incerteza que sobre ela paira em consequência das restrições legais de habitação impostas na sequência dos desabamentos de 1987, continua a manter cerca de 20 habitantes. Com as suas cascatas a escorrer pelas escarpas abaixo, a Ponta da Fajã Grande é um lugar idílico que teima em manter-se com o carácter próprio e autónomo que criou desde que serviu de fronteira entre as freguesias de Nossa Senhora do Remédios das Fajãs e de São Pedro da Ponta Delgada.
Sobre a grande falésia da Rocha da Fajã, acima dos 550 m de altitude, a freguesia prolonga-se por um planalto de superfície irregular, recoberto por grandes turfeiras e florestas de vegetação natural. A região é a mais pluviosa dos Açores, com um total anual que se estima exceda os 4 000 mm, o que explica o grande caudal das ribeiras que se precipitam da falésia. Nesse planalto situam-se três enormes crateras inundadas, formando a Lagoa Funda, com cerca de 108 metros de profundidade, a Lagoa Comprida e a Lagoa Branca. Outra grande cratera forma a Lagoa Seca, uma turfeira apenas ocasionalmente inundada.
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