quarta-feira, 5 de dezembro de 2012

Ilha Terceira - Algar do Carvão



Localiza-se na freguesia do Porto Judeu, no concelho de  Angra do Heroísmo.
   Compreendido na Caldeira do Guilherme Moniz, um antigo vulcão adormecido, neste algar os visitantes podem descer até cerca de 100 metros de profundidade, e observar estalitites únicas no mundo pelas suas características de silicatos, e uma lagoa subterrânea, de águas cristalinas. Está classificado como Monumento Natural Regional.
   A uma altitude de cerca de 550 metros acima do nível do mar, a área apresenta 40,5 hectares e inscreve-se num cone vulcânico que integra a chamada "Zona Basáltica Fissural", entre os maciços vulcânicos da serra de Santa Bárbara, a Oeste, o Pico Alto, a Norte, e o de Guilherme Muniz, a Sul. O algar  é constituído por uma chaminé vertical com 45 metros de altitude, alargada junto à base. O grande aparelho vulcânico do Guilherme Moniz, tem por face voltada a sul a parte anterior da Serra do Morião ou Nasce Água. Há relativamente pouco tempo, falando em tempo geológico aconteceu uma nova erupçãoque deu origem ao cone vulcânico extravasado do Pico do Carvão, que vai a 639 metros de altitude. Segundo o artigo publicado no Jornal Diário Insular de Domingo, dia 20 de Maio de 2001 página 8 e 9, o Algar do Carvão teve início na “ … grande erupção, conhecida como "do Pico Alto", que ocorreu a norte do aparelho vulcânico da Caldeira do Guilherme Moniz Já existente, formou um maciço traquítico de dimensões consideráveis que prolongou em muitos quilómetros os limites da ilha então existente. As suas lavas espraiaram-se em longas extensões sobre as quais, mais tarde, uma sequência de centros eruptivos, também eles maioritariamente traquíticos, tomaram lugar, acentuando a orografia deste maciço.
   Ainda mais tarde, uma nova erupção, desta vez basáltica, rasgou o solo e iniciou um processo que levaria à formação de um vulcão estromboliano, constituído por dois cones, na sua parte superior composto de escórias (piroclastros  de bagacina), que teve uma fase efusiva muito rica, produzindo rios de lava ácida muito fluídas que carbonizavam à passagem toda a vegetação que aí existia. A datação de um dos fósseis então formados, um tronco provavelmente de Cedro-do -Mato queimado envolvido pela lava, numa pedreira no lugar da Barraca, deu para esta erupção a idade de 2148 ( ± 115 anos) (Zbyszewski 1971). 
   As lavas deste vulcão bastante fluidas e abundantes encheram parte da caldeira Guilherme Moniz enchendo uma lagoa de apreciáveis dimensões que ocupava toda a área da antiga caldeira e transbordaram desta, formando dois grandes rio de lava. Um correu para NE, em direção às Lajes, estendendo-se 7 quilómetros. O outro, correndo para Norte, atingiu a costa da freguesia dos Biscoitos, depois de percorrer cerca de 9 quilómetros até encontrar o mar. Segundo o artigo publicado no Jornal Diário Insular de Domingo, dia 20 de Maio de 2001 página 8 e 9, o Algar do Carvão a ("…lava, designada por lava jovem, que extravasou do cone, que mais tarde viria a ser chamado de "Pico do Carvão" (por razões de que não há certezas), expelida de grande profundidade, pela elevada fluidez da sua consistência, avançou com grande velocidade e, após preencher e "nivelar" a caldeira do Guilherme Moniz, transbordou em seguida para NE dando origem ao Biscoito das Pontinhas, prolongando-se até ao mar, por um total de 7 km, formando a Caldeira das Lajes (Madeira 2000,c.o.). Outra língua da mesma lava rumou para Sul atingindo a costa da ilha na freguesia da Feteira, formando à passagem o derrame sobre o qual está o aterro inter municipal da ilha, e junto ao mar o que hoje é conhecido por "Fajã do Ficher", depois de percorrer cerca de 9 km de extensão (Zbyszewski 1971)".
   Anteriormente inscrito numa Reserva Geológica Natural, pelas suas peculiaridades vulcanológicas, assim como a sua importância em termos de meio-ambiente, a área do Algar do Carvão foi reclassificada como Monumento Natural Regional  pelo Governo Regional dos Açores.
 Encontrava-se ainda, em apreciação pela UNESCO, a candidatura da mesma a Património Mundial da Humanidade..
   O Algar está aberto ao público aos fins de semana e feriados diariamente de Maio a 30 de Setembro, entre as 15 e as 17 horas. Outras aberturas extraordinárias poderão ser realizadas noutras ocasiões, desde que haja disponibilidade por parte do Agrupamento "Os Montanheiros", entidade que cuida dos assuntos relacionadas com o Algar.

Nenhum comentário:

Postar um comentário